Dúvidas sobre o Pós-Transplante
O que significa rejeição?
Rejeição é o termo usado para descrever a reação do corpo ao novo rim. Algum grau de rejeição é esperado; alguns pacientes apresentarão rejeição durante a primeira ou segunda semana após o transplante. Existem várias maneiras de tratar a rejeição e na maioria das vezes ela é solucionada.
Como saber se está havendo rejeição?
O nefrologista faz a avaliação da existência ou não do processo de rejeição. Porém, alguns sinais e sintomas devem ser observados:
• Dor ou inchaço sob o rim transplantado;
• Febre acima de 37 graus;
• Diminuição da urina;
• Rápido e grande ganho de peso;
• Inchaço de pálpebras, mãos e pés;
• Dor ao urinar;
• Urina fétida ou sanguinolenta;
• Aumento na pressão sangüínea com uma pressão mínima maior do que 10;
• Tosse ou falta de ar;
• Perda da sensação de bem-estar.
Há necessidade de restrição de líquidos após o tratamento?
A maioria dos pacientes é capaz de beber tanto líquido quanto quiser após o transplante. No entanto, se a pressão sanguínea estiver elevada e houver retenção de líquido (edema), o paciente poderá ser orientado a restringir a ingestão de líquidos e de sal.
Há necessidade de restrição de alimentos após o transplante?
Como cada indivíduo é único, as recomendações nutricionais podem variar. No entanto, há restrições dietéticas, sendo freqüentemente temporárias. Muitas delas estão relacionadas aos medicamentos e resultados dos exames mais recentes.
É possível levar uma vida normal com um rim apenas?
Algumas pessoas nascem com apenas um rim e nunca ficam sabendo disso, exceto se fizerem algum exame ocasional e descobrirem este fato. Um rim faz o trabalho de dois e a vida da pessoa será normal tanto nas suas atividades pessoais como profissionais.
Por que é necessário tomar medicamentos especiais depois do transplante?
O organismo tem um sistema muito complexo (sistema imunológico) que reage contra órgãos estranhos. Como o rim transplantado é reconhecido como “estranho”, o organismo reagirá contra ele e tentará destruí-lo, a menos que seja dada uma medicação para diminuir essa reação. Tais medicamentos são chamados de medicamentos imunossupressores.
O uso de medicamentos imunossupressores será necessário para sempre?
Sim, nas primeiras semanas em doses mais altas, depois, ao longo do tempo, a dose de cada medicamento vai diminuir, porém sempre haverá necessidade de tomá-los, do contrário o rim transplantado poderá ser rejeitado pelo organismo, necessitando de retorno à diálise.
É mais fácil para uma paciente transplantada engravidar do que para uma paciente em diálise?
Sim. A maioria das mulheres retoma normalmente o ciclo menstrual após o transplante e passa a ter uma saúde melhor do que a paciente em diálise. Por isso, é mais fácil engravidar. No entanto, a gravidez não é recomendada antes que se complete um ano da realização do transplante, mesmo se o rim estiver funcionando bem.
Os medicamentos tomados pelas pacientes transplantadas podem afetar a gravidez?
Logo após o transplante, as pacientes recebem altas doses desses medicamentos, porém as doses de manutenção não causam em geral efeitos negativos no desenvolvimento do bebê. Contudo, para muitas novas drogas, esses efeitos ainda são desconhecidos. O desejo e a possibilidade de gravidez devem ser sempre discutidos com o médico transplantador.
Quais métodos anticoncepcionais são recomendados para pacientes renais?
Pacientes transplantadas devem evitar o DIU (dispositivo intra-uterino), pois os medicamentos anti-rejeição baixam a defesa do organismo, tornando-as mais propensas a contrair uma infecção. Os anticoncepcionais hormonais também nem sempre são aconselhados, pelos seus efeitos colaterais.
O diafragma e a camisinha são bons métodos anticoncepcionais nestes casos, especialmente quando usados com cremes espermicidas. É necessário discutir com seu médico a melhor anticoncepção para o seu caso.
A doença renal pode afetar o desenvolvimento sexual de uma criança?
Depende da idade da criança. Crianças que fazem diálise provavelmente crescerão menos e se desenvolverão mais lentamente do que uma criança transplantada e sem dúvida seu desenvolvimento sexual é mais lento do que o das demais crianças da mesma idade. Este fato também é verdade para os adolescentes. Nesses casos, os pais devem conversar abertamente com seus filhos sobre as alterações físicas, emocionais e sexuais que acontecem neste período, aliando à enfermidade de que estão acometidos, além de levar essas preocupações ao médico que orientará cada caso.
O que muda na vida do portador de doença renal crônica após o transplante renal?
O transplante significa retornar a um estado de saúde normal, aproveitar o relacionamento com amigos e familiares e se sentir útil. A doença renal pode ter afetado a autoconfiança, tornando difícil para o paciente pensar em voltar às atividades que fazia antes. Com a ajuda de sua família, amigos e acompanhamento psicológico, ele desfrutará de uma vida com muito mais qualidade.
A quem o paciente pode pedir ajuda, caso se sinta discriminado?
As cidades com maior número de habitantes possuem Promotoria na Área de Saúde. Os pacientes devem procurar esse serviço se houver algum tipo de discriminação. Caso não haja essa promotoria, o paciente deverá procurar a Procuradoria da região em que reside.
É necessário fazer um exame físico ao entrar numa empresa?
Com certeza. Essa é uma obrigação trabalhista da empresa, tanto para se proteger de problemas futuros (processos trabalhistas), como para proteger o próprio trabalhador de problemas causados durante o exercício profissional.
Referências
Rejeição é o termo usado para descrever a reação do corpo ao novo rim. Algum grau de rejeição é esperado; alguns pacientes apresentarão rejeição durante a primeira ou segunda semana após o transplante. Existem várias maneiras de tratar a rejeição e na maioria das vezes ela é solucionada.
Como saber se está havendo rejeição?
O nefrologista faz a avaliação da existência ou não do processo de rejeição. Porém, alguns sinais e sintomas devem ser observados:
• Dor ou inchaço sob o rim transplantado;
• Febre acima de 37 graus;
• Diminuição da urina;
• Rápido e grande ganho de peso;
• Inchaço de pálpebras, mãos e pés;
• Dor ao urinar;
• Urina fétida ou sanguinolenta;
• Aumento na pressão sangüínea com uma pressão mínima maior do que 10;
• Tosse ou falta de ar;
• Perda da sensação de bem-estar.
Há necessidade de restrição de líquidos após o tratamento?
A maioria dos pacientes é capaz de beber tanto líquido quanto quiser após o transplante. No entanto, se a pressão sanguínea estiver elevada e houver retenção de líquido (edema), o paciente poderá ser orientado a restringir a ingestão de líquidos e de sal.
Há necessidade de restrição de alimentos após o transplante?
Como cada indivíduo é único, as recomendações nutricionais podem variar. No entanto, há restrições dietéticas, sendo freqüentemente temporárias. Muitas delas estão relacionadas aos medicamentos e resultados dos exames mais recentes.
É possível levar uma vida normal com um rim apenas?
Algumas pessoas nascem com apenas um rim e nunca ficam sabendo disso, exceto se fizerem algum exame ocasional e descobrirem este fato. Um rim faz o trabalho de dois e a vida da pessoa será normal tanto nas suas atividades pessoais como profissionais.
Por que é necessário tomar medicamentos especiais depois do transplante?
O organismo tem um sistema muito complexo (sistema imunológico) que reage contra órgãos estranhos. Como o rim transplantado é reconhecido como “estranho”, o organismo reagirá contra ele e tentará destruí-lo, a menos que seja dada uma medicação para diminuir essa reação. Tais medicamentos são chamados de medicamentos imunossupressores.
O uso de medicamentos imunossupressores será necessário para sempre?
Sim, nas primeiras semanas em doses mais altas, depois, ao longo do tempo, a dose de cada medicamento vai diminuir, porém sempre haverá necessidade de tomá-los, do contrário o rim transplantado poderá ser rejeitado pelo organismo, necessitando de retorno à diálise.
É mais fácil para uma paciente transplantada engravidar do que para uma paciente em diálise?
Sim. A maioria das mulheres retoma normalmente o ciclo menstrual após o transplante e passa a ter uma saúde melhor do que a paciente em diálise. Por isso, é mais fácil engravidar. No entanto, a gravidez não é recomendada antes que se complete um ano da realização do transplante, mesmo se o rim estiver funcionando bem.
Os medicamentos tomados pelas pacientes transplantadas podem afetar a gravidez?
Logo após o transplante, as pacientes recebem altas doses desses medicamentos, porém as doses de manutenção não causam em geral efeitos negativos no desenvolvimento do bebê. Contudo, para muitas novas drogas, esses efeitos ainda são desconhecidos. O desejo e a possibilidade de gravidez devem ser sempre discutidos com o médico transplantador.
Quais métodos anticoncepcionais são recomendados para pacientes renais?
Pacientes transplantadas devem evitar o DIU (dispositivo intra-uterino), pois os medicamentos anti-rejeição baixam a defesa do organismo, tornando-as mais propensas a contrair uma infecção. Os anticoncepcionais hormonais também nem sempre são aconselhados, pelos seus efeitos colaterais.
O diafragma e a camisinha são bons métodos anticoncepcionais nestes casos, especialmente quando usados com cremes espermicidas. É necessário discutir com seu médico a melhor anticoncepção para o seu caso.
A doença renal pode afetar o desenvolvimento sexual de uma criança?
Depende da idade da criança. Crianças que fazem diálise provavelmente crescerão menos e se desenvolverão mais lentamente do que uma criança transplantada e sem dúvida seu desenvolvimento sexual é mais lento do que o das demais crianças da mesma idade. Este fato também é verdade para os adolescentes. Nesses casos, os pais devem conversar abertamente com seus filhos sobre as alterações físicas, emocionais e sexuais que acontecem neste período, aliando à enfermidade de que estão acometidos, além de levar essas preocupações ao médico que orientará cada caso.
O que muda na vida do portador de doença renal crônica após o transplante renal?
O transplante significa retornar a um estado de saúde normal, aproveitar o relacionamento com amigos e familiares e se sentir útil. A doença renal pode ter afetado a autoconfiança, tornando difícil para o paciente pensar em voltar às atividades que fazia antes. Com a ajuda de sua família, amigos e acompanhamento psicológico, ele desfrutará de uma vida com muito mais qualidade.
A quem o paciente pode pedir ajuda, caso se sinta discriminado?
As cidades com maior número de habitantes possuem Promotoria na Área de Saúde. Os pacientes devem procurar esse serviço se houver algum tipo de discriminação. Caso não haja essa promotoria, o paciente deverá procurar a Procuradoria da região em que reside.
É necessário fazer um exame físico ao entrar numa empresa?
Com certeza. Essa é uma obrigação trabalhista da empresa, tanto para se proteger de problemas futuros (processos trabalhistas), como para proteger o próprio trabalhador de problemas causados durante o exercício profissional.
Referências
- DUBREY, R.J. Promoting wellness in Nursing practice: a step-by-step approach in patient education. St. Louis: C.V. Mosby Company, 1982.
- HARGROVE-HUTTEL, R. A. Enfermagem médicocirúgica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
- HITE, S. O relatório Hite sobre a sexualidade masculina. São Paulo: Difel, 1982.
- LIMA, E. D. R. de P.; MAGALHÃES, M. B.; NAKAMAE, D. D. Aspectos legais da retirada e transplante de tecidos, órgãos e partes do corpo humano. Rev. Latinoam. Enfermagem, v. 5, n. 4, p.5-12, 1997.
- MANUAL DO TRANSPLANTE RIM/PÂNCREAS. Belo Horizonte: Hospital Felício Roxo, sd. 46p.
- MINISTÉRIO DA SAÚDE/ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS. Entenda a doação de órgãos: decida-se pela vida. Brasília: Conselho Federal de Medicina, ago. 2002. p. 11-14.
- NETINA, S. M. Prática de Enfermagem. 6 ed. V2. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.
- NORONHA, I. L. (Coord.). Diretrizes em transplante renal. Projeto Diretrizes. Brasília: Conselho Federal de Medicina. Associação Médica Brasileira, 2002.
- NOVARTIS. Compêndio, 1997.
- SILVA FILHO, A. P.; NORONHA, I. Manual de transplante renal. São Paulo: Manole, 2003.
- TAYLOR, C. M. Fundamentos de Enfermagem psiquiátrica de Mereness. Porto Alegre, Artes Médicas, 1992. (Capítulo 23 – Populações em risco).
- WAITZBERG, L. D. Nutrição enteral e parenteral na prática clínica. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 1995.