Duvidas sobre o pré-transplante.
Qual a chance de sucesso de um transplante?
É alta, superior a 80% no final do primeiro ano. Mas muitos fatores dependem de particularidades dos pacientes, o que impede uma resposta mais precisa. Existem, no Brasil, pessoas que fizeram transplante de rim, por exemplo, há mais de 30 anos, tiveram filhos e levam uma vida normal. Além dos riscos inerentes a uma cirurgia de grande porte, os principais problemas são infecção e rejeição. Para controlar esses efeitos o transplantado usa medicamentos pelo resto da vida. Transplante não é cura, mas um tratamento que pode prolongar a vida com muito melhor qualidade. Nem todos os pacientes em diálise se beneficiam de um transplante.
Quanto custa um transplante e quem paga por isso?
Mais de 80% das cirurgias no Brasil são feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Boa parte dos planos privados de saúde recusa-se a cobrir os custos desse tipo de tratamento, que pode variar entre R$ 20.000,00 e R$ 80.000,00.
Quem paga os procedimentos de doação?
A família não deve pagar pelos procedimentos de manutenção do potencial doador, nem pela retirada dos órgãos, já que existe cobertura do SUS para isso.
Se não houver na família alguém em condições de doar um rim, o que se deve fazer?
Não havendo possibilidade de transplante com doador vivo relacionado, pode-se entrar na lista de espera para transplante com doador falecido. Caso isso aconteça, será colhida uma amostra de soro do receptor a cada três meses, que será encaminhada ao laboratório de histocompatibilidade. Se aparecer um doador falecido com a mesma tipagem sangüínea, o soro servirá para a realização da prova cruzada com células do doador, para verificar se o organismo do receptor aceitará o novo rim.
Como saber quem pode ser doador de rim em vida?
Através de consulta médica e uma série de exames de sangue, urina, radiológicos e eletrocardiograma para comprovar que os rins e demais órgãos estão perfeitos.
Todos pacientes com insuficiência renal crônica são candidatos a transplante renal?
Não. Pacientes que tiveram câncer, pacientes com infecções, pacientes com doença grave do fígado ou do coração não podem fazer transplante. Porém, cada caso é analisado individualmente junto com o médico.
Quando é possível doar?
A doação de órgãos como rim, parte do fígado e da medula óssea pode ser feita em vida. Em geral, porém, nos tornamos doadores em situação de morte encefálica e quando a nossa família autoriza a retirada dos órgãos.
Quais são os riscos da doação?
A cirurgia é feita com anestesia geral e esse é o maior risco, embora seja um risco pequeno. Uma avaliação clínica completa do doador é feita para que os riscos sejam diminuídos ao máximo.
O que é morte encefálica?
Morte encefálica é a parada definitiva e irreversível do encéfalo (cérebro e tronco cerebral), provocando em poucos minutos a falência de todo o organismo. No diagnóstico de morte encefálica, primeiro são feitos testes neurológicos clínicos, que são repetidos seis horas após. Depois dessas avaliações, é realizado um exame complementar (eletroencefalograma, arteriografia, doppler transcraniano ou outro) para confirmação do diagnóstico.
Uma pessoa em coma também pode ser doadora?
Coma é um estado reversível. Morte encefálica, como o próprio nome sugere, não. Uma pessoa somente se torna potencial doadora após o correto diagnóstico de morte encefálica e da autorização dos familiares para a retirada dos órgãos.
Como o corpo é mantido após a morte encefálica constatada?
O coração bate graças ao uso de medicamentos, o pulmão funciona com a ajuda de aparelhos e o corpo continua sendo alimentado por via endovenosa.
Como proceder para doar após a morte encefálica constatada e o que acontece depois de autorizada a doação?
Um familiar pode manifestar o desejo de doar os órgãos. A decisão pode ser dada aos médicos, ao hospital ou à Central de Transplante mais próxima. Desde que existam receptores compatíveis, a retirada dos órgãos é realizada por várias equipes de cirurgiões, cada qual especializada em um determinado órgão. O corpo é liberado após, no máximo, 48 horas.
Quem recebe os órgãos doados?
Testes laboratoriais confirmam a compatibilidade entre doador e receptores. Após os exames, a triagem é feita com base em critérios como tempo de espera e urgência do procedimento. Nem o doador, nem a família podem escolher o receptor. Este será sempre indicado pela Central de Transplantes.
O que é prova cruzada ou cross-match?
É o exame no qual se mistura o sangue do receptor e do doador para ver se há possibilidade de rejeição nas primeiras horas pós-transplante. Se for positivo, o transplante não pode ser realizado, pois a chance de rejeição imediata é de quase 100%.
O que significa rejeição?
Rejeição é o termo usado para descrever a reação do corpo ao novo rim. Algum grau de rejeição é esperado; alguns pacientes a terão durante a primeira ou segunda semana após o transplante. Existem várias maneiras de prevenir e tratar a rejeição, e na maioria das vezes ela é solucionada.
Como saber se está havendo rejeição?
O nefrologista faz a avaliação da existência ou não do processo de rejeição. Porém, alguns sinais e sintomas devem ser observados:
É verdade que o transplante renal não é recomendado para maiores de 70 anos?
O transplante renal é recomendado numa faixa etária com expectativa de vida de mais de 10 anos, em função da complexidade e gravidade do tratamento. Um organismo perto dos 70 anos às vezes tem dificuldade de suportar bem uma grande intervenção cirúrgica. Em relação ao doador, nessa faixa etária não há regeneração do parênquima renal, sobrecarregando o rim remanescente e criando situações clínicas desfavoráveis.
Por que é necessário tomar medicamentos especiais depois do transplante?
O organismo tem um sistema muito complexo (sistema imunológico) que reage contra órgãos estranhos. Como o rim transplantado é reconhecido como “estranho”, o organismo reagirá contra ele e tentará destruí-lo, a menos que seja dada uma medicação para diminuir essa reação. Tais medicamentos são chamados de medicamentos imunossupressores.
Que fatores físicos podem contra-indicar o transplante?
Referências:
É alta, superior a 80% no final do primeiro ano. Mas muitos fatores dependem de particularidades dos pacientes, o que impede uma resposta mais precisa. Existem, no Brasil, pessoas que fizeram transplante de rim, por exemplo, há mais de 30 anos, tiveram filhos e levam uma vida normal. Além dos riscos inerentes a uma cirurgia de grande porte, os principais problemas são infecção e rejeição. Para controlar esses efeitos o transplantado usa medicamentos pelo resto da vida. Transplante não é cura, mas um tratamento que pode prolongar a vida com muito melhor qualidade. Nem todos os pacientes em diálise se beneficiam de um transplante.
Quanto custa um transplante e quem paga por isso?
Mais de 80% das cirurgias no Brasil são feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Boa parte dos planos privados de saúde recusa-se a cobrir os custos desse tipo de tratamento, que pode variar entre R$ 20.000,00 e R$ 80.000,00.
Quem paga os procedimentos de doação?
A família não deve pagar pelos procedimentos de manutenção do potencial doador, nem pela retirada dos órgãos, já que existe cobertura do SUS para isso.
Se não houver na família alguém em condições de doar um rim, o que se deve fazer?
Não havendo possibilidade de transplante com doador vivo relacionado, pode-se entrar na lista de espera para transplante com doador falecido. Caso isso aconteça, será colhida uma amostra de soro do receptor a cada três meses, que será encaminhada ao laboratório de histocompatibilidade. Se aparecer um doador falecido com a mesma tipagem sangüínea, o soro servirá para a realização da prova cruzada com células do doador, para verificar se o organismo do receptor aceitará o novo rim.
Como saber quem pode ser doador de rim em vida?
Através de consulta médica e uma série de exames de sangue, urina, radiológicos e eletrocardiograma para comprovar que os rins e demais órgãos estão perfeitos.
Todos pacientes com insuficiência renal crônica são candidatos a transplante renal?
Não. Pacientes que tiveram câncer, pacientes com infecções, pacientes com doença grave do fígado ou do coração não podem fazer transplante. Porém, cada caso é analisado individualmente junto com o médico.
Quando é possível doar?
A doação de órgãos como rim, parte do fígado e da medula óssea pode ser feita em vida. Em geral, porém, nos tornamos doadores em situação de morte encefálica e quando a nossa família autoriza a retirada dos órgãos.
Quais são os riscos da doação?
A cirurgia é feita com anestesia geral e esse é o maior risco, embora seja um risco pequeno. Uma avaliação clínica completa do doador é feita para que os riscos sejam diminuídos ao máximo.
O que é morte encefálica?
Morte encefálica é a parada definitiva e irreversível do encéfalo (cérebro e tronco cerebral), provocando em poucos minutos a falência de todo o organismo. No diagnóstico de morte encefálica, primeiro são feitos testes neurológicos clínicos, que são repetidos seis horas após. Depois dessas avaliações, é realizado um exame complementar (eletroencefalograma, arteriografia, doppler transcraniano ou outro) para confirmação do diagnóstico.
Uma pessoa em coma também pode ser doadora?
Coma é um estado reversível. Morte encefálica, como o próprio nome sugere, não. Uma pessoa somente se torna potencial doadora após o correto diagnóstico de morte encefálica e da autorização dos familiares para a retirada dos órgãos.
Como o corpo é mantido após a morte encefálica constatada?
O coração bate graças ao uso de medicamentos, o pulmão funciona com a ajuda de aparelhos e o corpo continua sendo alimentado por via endovenosa.
Como proceder para doar após a morte encefálica constatada e o que acontece depois de autorizada a doação?
Um familiar pode manifestar o desejo de doar os órgãos. A decisão pode ser dada aos médicos, ao hospital ou à Central de Transplante mais próxima. Desde que existam receptores compatíveis, a retirada dos órgãos é realizada por várias equipes de cirurgiões, cada qual especializada em um determinado órgão. O corpo é liberado após, no máximo, 48 horas.
Quem recebe os órgãos doados?
Testes laboratoriais confirmam a compatibilidade entre doador e receptores. Após os exames, a triagem é feita com base em critérios como tempo de espera e urgência do procedimento. Nem o doador, nem a família podem escolher o receptor. Este será sempre indicado pela Central de Transplantes.
O que é prova cruzada ou cross-match?
É o exame no qual se mistura o sangue do receptor e do doador para ver se há possibilidade de rejeição nas primeiras horas pós-transplante. Se for positivo, o transplante não pode ser realizado, pois a chance de rejeição imediata é de quase 100%.
O que significa rejeição?
Rejeição é o termo usado para descrever a reação do corpo ao novo rim. Algum grau de rejeição é esperado; alguns pacientes a terão durante a primeira ou segunda semana após o transplante. Existem várias maneiras de prevenir e tratar a rejeição, e na maioria das vezes ela é solucionada.
Como saber se está havendo rejeição?
O nefrologista faz a avaliação da existência ou não do processo de rejeição. Porém, alguns sinais e sintomas devem ser observados:
- Dor ou inchaço sob o rim transplantado;
- Febre acima de 37 graus Celsius;
- Diminuição da urina;
- Rápido e grande ganho de peso;
- Inchaço de pálpebras, mãos e pés;
- Dor ao urinar;
- Urina fétida ou sanguinolenta;
- Aumento na pressão sangüínea;
- Tosse ou falta de ar;
- Perda da sensação de bem-estar.
É verdade que o transplante renal não é recomendado para maiores de 70 anos?
O transplante renal é recomendado numa faixa etária com expectativa de vida de mais de 10 anos, em função da complexidade e gravidade do tratamento. Um organismo perto dos 70 anos às vezes tem dificuldade de suportar bem uma grande intervenção cirúrgica. Em relação ao doador, nessa faixa etária não há regeneração do parênquima renal, sobrecarregando o rim remanescente e criando situações clínicas desfavoráveis.
Por que é necessário tomar medicamentos especiais depois do transplante?
O organismo tem um sistema muito complexo (sistema imunológico) que reage contra órgãos estranhos. Como o rim transplantado é reconhecido como “estranho”, o organismo reagirá contra ele e tentará destruí-lo, a menos que seja dada uma medicação para diminuir essa reação. Tais medicamentos são chamados de medicamentos imunossupressores.
Que fatores físicos podem contra-indicar o transplante?
- Insuficiência cardiopulmonar;
- Obesidade mórbida;
- Doença periférica e vascular cerebral;
- Fumo em excesso;
- Insuficiência hepática;
- Outros fatores que aumentam o risco de um grande procedimento cirúrgico.
Referências:
- BRASIL. Lei n.º 10.211, de 23 de março de 2001. Altera dispositivos da Lei n.º 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, que dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento. Diário Oficial da União, Brasília, 24 mar. 2001. (Edição extra).
- CESARINO, C. B.; CASAGRANDE, L. D. R. Paciente com insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico: atividade educativa do enfermeiro. Rev. Latino-americana Enfermagem, v. 6, n. 4, 1998.
- DIRETRIZES em transplante renal. Brasília: Conselho Federal de Medicina, abr. 2002.
- ELLIS, J. R.; HARTLEY, C. L. Enfermagem contemporânea: desafios, questões e tendências. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
- GARNIER, J.; DELAMARE, J. Dicionário de termos técnicos de medicina. 2 ed. São Paulo: Andrei, 1984.
- HARGROVE-HUTTEL, R. A. Enfermagem médico-cirúrgica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
- LIMA, E. D. R. de P.; MAGALHÃES, M. B.; NAKAMAE, D. D. Aspectos legais da retirada e transplante de tecidos, órgãos e partes do corpo humano. Rev. Latino am. Enfermagem, v. 5, n. 4, p.5-12, 1997.
- NORONHA, I. L. (Coord.). Diretrizes em transplante renal. Projeto Diretrizes. Brasília: Conselho Federal de Medicina. Associação Médica Brasileira, 2002.
- PARIZI, R. R.; SILVA, N. M. Transplantes. In: COSTA, S. I. F; GARRAFA, V.; OSELKA, G. (Org.). Iniciação à bioética. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1998. p. 157-169.
- PASSARINHO, L. E. V.; GONÇALVES, M. P.; GARRAFA, V. Estudo bioético dos transplantes renais com doadores vivos não-parentes no Brasil: a ineficácia da legislação no impedimento do comércio de órgãos. Rev. Assoc. Med. Bras., v. 49, n. 4, 2003.
- SILVA FILHO, A. P.; NORONHA, I. Manual de transplante renal. São Paulo: Manole, 2003.
- SMELTZER, S. C.; BARE, BG. Brunner & Suddarth. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.